quinta-feira, 29 de setembro de 2016

[Especial Setembro Azul] [Vida sem som] - Inclusão Auditiva

Olá, pessoas!


BEM-VINDOS A POSTAGEM N.º 500!!

Mais um dia na nossa Semana Especial Setembro Azul!

Chegou agora? Não tem problema! Eu explico!

Na segunda-feira, foi comemorado o Dia Nacional do Surdo e na próxima sexta é o Dia Internacional. Por essas e outras comemorações, este mês é chamado de Setembro Azul. Aqui no blog, por minha causa, conta e risco, trago a vocês informações legais sobre o tema surdez.

Hoje estamos quase no final do especial e o assunto da vez é Inclusão Auditiva! O que você, ouvinte, pode fazer para ajudar um surdo a se sentir melhor em uma conversa? E em um local de trabalho? Mas, péra... E se o surdo for leitor? O que você pode fazer para que ele se sinta bem no seu canal ou blog?

Vem conferir!





SEMANA ESPECIAL SETEMBRO AZUL


Dia 29/09 - Inclusão Auditiva
Dia 30/09 - Literatura Surda




CONVERSANDO

Como cientista maluca, posso dizer com toda a convicção mas sem provas que uma das coisas mais difíceis de controlar em nossas vidas é a curiosidade. Quando nos deparamos com algo que não conhecemos, nossa tendência é duvidar, temer, ou mesmo atacar, e quase nunca paramos para ser empáticos e pensar um pouco sobre tal algo antes de tudo isso.

Um quote que gosto muito é de um livro sobre surdez que será apresentado melhor amanhã (Desculpe, não ouvi, de Lak Lobato): "Quando a gente reclama do preconceito, não reclama só dos maus tratos, mas também dos comentários equivocados. Algumas pessoas poderiam evitar esse tipo de constrangimento simplesmente pensando antes de abrir a boca".

Digo, então, com toda a confiança que essa afirmação da Lak é verdade, afinal, se não fossem esses comentários e perguntas equivocados o livro "Pérolas da minha surdez" não teria sido escrito.

O que eu quero dizer com todo esse blá-blá-blá? Que vocês não só podem, como devem, parar para pensar em como agir quando se depararem com um surdo. É tão simples! Se ele não escuta, o que vocês podem fazer para se comunicarem com eles?

1 - Não o tomem por coitado! NUNCA! JAMAIS!
A última coisa que precisamos é piedade. Lembrem-se que podemos fazer tudo (tudo mesmo, desde comer a transar) o que todo mundo faz, com uma exceção: ouvir!

2 - Não se assustem!
Afinal, até onde lembro, somos pessoas como vocês! Não vamos devorá-los, nem assombrá-los, nem mesmo vamos ameaçá-los (#sóacho)!

3 - Vocês vão precisar descobrir que tipo de surdo está a sua frente.
Tipo? Sim, tipos! Existem surdos oralizados, ou seja, falam português muito bem, obrigada, e surdos sinalizantes que se comunicam pela língua de sinais. Além disso, estes dois tipos podem ou não fazer leitura labial.


4 - Se ele faz leitura labial, falem em uma velocidade menor do que o normal.
Mas também não precisa ser si-la-bi-ca-men-te, convenhamos... Só um pouco mais lento que o seu normal já ajuda.

5 - Cuidem para não se moverem demais.
Não movimentem muito a cabeça, não virem de costas, não tapem a boca com as mãos, não sacudam os braços. Por que? Além do óbvio, que é o surdo precisar olhar para sua boca, sacudir os braços nos distrai. Então, só faça se for necessário.


6 - Quer tentar sinalizar? Ok, mas sejam coerentes!
Não adiantará nada sinalizar algo que não tenha a ver com a pergunta. Se acharem que não conseguirão, ou que vão se atrapalhar, nem tentem.

7 - Na dúvida, escreva!
Mas é claro que podem escrever! Uns sabem mais, outros sabem menos, muitos não gostam, porém sabem que é necessário. Quando surdos escrevem parece um português errado, mas na verdade é uma adaptação da língua de sinais, cuja forma escrita é gráfica, em imagens. Então, escrever pode salvar a comunicação, sim, senhores.



Viram? Nem é tão mirabolante assim o que se precisa fazer! 

Agora... Como ajudar um surdo a se sentir incluído através das redes sociais? Vamos ver?




INCLUSÃO VIRTUAL

"Isso é impossível, Nu! Como assim eu poderia ajudar um surdo a se sentir incluído através do Facebook, por exemplo? Não dá!"

De novo, para e pensa... Claro que dá! Se eu acabei de dizer que vocês podem usar a escrita para se comunicar na rua, por que não daria pra fazer isso pela internet????!!!

Vamos conversar bem de leve sobre Tecnologias Assistivas. Tecnologias Assistivas são todo e qualquer tipo de tecnologia que auxiliam uma pessoa com deficiência no seu dia-a-dia.


Existem as tecnologias que ajudam de forma direta, como aparelhos auditivos e implantes (lembrando que não podem ser chamados de cura, pois surdez é um problema do sistema nervoso, não há cura ainda), e as que ajudam de forma indireta, como aplicativos de celular e equipamentos diversos: campainha luminosa, alarmes de garagem luminosos, despertador com lâmpadas ou vibratórios, app por escrito ou em vídeo, tradutores on-line, pedidos de comida e/ou transporte por escrito (via app, como Uber, EasyTaxi, iFood), terminais de informações em locais públicos de grande acesso, etc. Só uns exemplinhos:






Mas e você, como pessoa, como pode ajudar? Não é tão fácil quanto os exemplos anteriores, mas relativamente simples de se pensar e/ou analisar. Aqui entra muito da minha experiência própria como blogueira/leitora.


1 - Se no seu grupo do whatsapp há um surdo, evite envio de áudios.
Poxa, é seu amigo, você o conhece, sabe que é surdo e manda áudio? Sacanagem sua! Se não puder digitar na hora, explique por escrito depois.

2 - Em blogs, vlogs e afins, procure legendar os vídeos OU resumir o que é falado na descrição/postagem.
Esse é o mais difícil de A-encontrar e B-fazer. Legendar um vídeo não é simples, não é fácil, demanda tempo, um bom programa de edição e paciência. Eu sei. É muito mais prático filmar tudo, editar o vídeo e só lascar no canal. Daí anexa o vídeo na postagem, e eu (a surda) que me vire em fazer leitura labial do povo que fala apressadinho.


Então, um pedido: não dá pra legendar por N motivos? Escreva um resumo do vídeo. Coloque como texto no início dele, ou no final, ou na postagem, ou no campo de descrição. Já ajuda!

3 - Não envie vídeos nos app de chat que não tenham legenda.
Tenho de explicar? Olha, recebo todos os dias... Nem abro mais. Se for um vídeo importante, resuma, por favor!

4 - Se um surdo sinalizado escrever, não ria da forma como está escrito.
Libras (Língua Brasileira de Sinais) é uma língua visual, mas em redes sociais a maioria da conversação é por escrito. Então, surdos usuários de Libras fazem uma adaptação dela para o português. Fica parecendo errado e estranho, mas não é! Saiba diferenciar e respeitar as diferenças. Quer um exemplo?

Português: Ontem eu vi meu amigo no jogo de futebol.
Libras adaptada: Eu ver amigo ontem lá futebol jogo.


Bom, eu nem vou me estender, mas já deu para captarmos um pouquinho do que é necessário para ajudar o coleguinha que não ouve.

Nos locais públicos, como cinemas, teatro, etc, a complicação é maior, mas é possível ajudar, sim. Então, quando vocês verem um protesto de surdos em frente a um cinema, reclamando da ausência de legendas, ao invés de fazer cara feia, que tal apoiar?

Só um lembrete: surdez não é exclusivamente genética, nem tem idade ou sexo definidos. Pode acontecer com você a qualquer momento.



Quer saber mais sobre surdez e sobre como é estar nesse mundo de silêncio físico imposto? Quer saber como aprender leitura labial e dançar sem perceber som algum? Quer conhecer outros livros sobre surdez?


Adquira já o seu exemplar do livro 
"Pérolas da minha surdez"!







Todos vocês agora já sabem como poderão conversar comigo em qualquer lugar, em qualquer evento! Sintam-se sempre bem à vontade!

Sem vergonha e sem medo, gente! Basta dar uma chance!

Até + ver!







*SORTEIO ATIVO*
(clique na imagem para ser direcionado)

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