quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Resenha [livro] - Noturno, de V. R. Janson


Alou, leitores!

Final de fevereiro, o ano finalmente começa a chegar na sua velocidade natural.

E pra acompanhar os 80 km/h literários, que tal uma resenha? De livro nacional, claro!

O livro de hoje é um suspense sobrenatural muito bacana: Noturno, escrito pelo autor parceiro V. R. Janson, lançado em formato digital na Amazon!


Sobre o LIVRO:

Noturno
Autor: V. R. Janson
Editora: Amazon
Gênero: mistério / suspense / paranormal
Ano: 2017
449 p.

Sinopse:
Fantasmas, aparições, espíritos, desencarnados, presenças ou fumaças. Os nomes são variados. Muitos de nós acreditam e outros não. Muitos os sentem ou vêem, outros simplesmente os ignoram. Mas eles estão aqui. Não há nada como um shopping center vazio durante a noite para que o cenário fique propício para uma experiência com esses seres. Lojas vazias, manequins com o olhar perdido e o som dos nossos passos no piso polido ecoando por todo o prédio. Aileen e Carlito, duas pessoas com a sensibilidade aflorada e capazes de ver o invisível, enfrentam a realidade que se esconde por trás do que podemos perceber com nossos olhos. No turno noturno.

*Obra cedida pela autor no formato digital para resenha referente a parceria 2017-2018. As opiniões são exclusivamente nossas. Não houve nenhum tipo de intervenção em nossos comentários.*




Imagina você estar acostumada com a escrita sci-fi alienígena de um autor e, de repente, se deparar com um livro cheio de aspecto sobrenatural do início ao fim?

Noturno foi uma grata surpresa. A sinopse dá o tom do livro e ele realmente é muito bacana como você espera.

O livro começa com uma discussão entre Aileen e seu advogado. A jovem, filha de empresários ricos pra caramba, precisa cumprir um período de trabalho de reabilitação no turno noturno de em um dos maiores shoppings da cidade, o Sheraton Falls, caso contrário terá de cumprir a pena de 3 meses de reclusão penitenciária. 


Mas Aileen não é uma jovem rica qualquer. É uma que foi diagnosticada com distúrbios dissociativos, esquizofrenia e, com o tempo, depressão. Ela toma remédios estimulantes e anti-depressivos. O problema... é que, ao tomar os remédios, ela fica vulnerável, totalmente à mercê das vozes.

Carlos Ariga, mais conhecido como Carlito, um descendente de índios com 60 anos, era o chefe dos funcionários responsáveis pela limpeza e manutenção do shopping. Além disso, ele conseguia "ver" as pessoas, suas auras, suas intenções. Essa sua sensibilidade era muito criticada pelo amigo altamente cético Ladan Garth, um dos funcionários mais antigos.

"Já sabia o que viria a seguir. Ladan não deixava de ventilar para todos os novatos certas peculiaridades a seu respeito. Ele viu o que o amigo estava prestes a dizer - e era exatamente sobre isso que iria falar. A sua arte de ver."

Era com Carlito e seus funcionários, um deles o novato Dalton que também tinha a sensibilidade, que Aileen ia trabalhar.

Quando Carlito "viu" Aileen, sua ilha energética cheia de espinhos, teve certeza de que era um problemaço. Soma-se a isso a repercussão que a chegada de Aileen tem nas pobres almas que vivem dentro do shopping, vítimas de uma catástrofe de anos atrás. Ela é um canal e eles querem usá-la.

Carlito e seus amigos terão de salvar a garota, cujos poderes e sensibilidade são desconhecidos e mascarados pelos remédios. E não medirão esforços contra os seres que estão enfrentando.

"Dalton não entendia como Carlito podia continuar naquela calma mecânica de verificar cada canto e fresta, sabendo que poderia estar já acontecendo algo ao redor de Aileen. O rapaz conviveu desde que se conhecia por gente com sons e vozes que somente ele conseguia ouvir e nunca tinha presenciado uma manifestação como a da noite anterior."

Diferentemente dos livros anteriores, este tem uma história um pouco menos impactante no nosso conhecimento além Terra, mas, em compensação, garante mais impacto nas nossas premissas do que são as dimensões entre vivos e mortos.

Janson desenvolveu um jeito diferente de ver, identificar e interagir com almas presas aqui por pendências. Além disso, deu uma leve resgatada na cultura espírita dos índios nativos norte-americanos.


Os personagens são fortes, cada um com suas características bem definidas e marcantes. De alguns você ri, de outros se compadece e de outros tantos você tem raiva.

A maior parte da ação em si acontece mais para o final do livro e é super bacana. A história é muito bem amarrada, não encontrei pontas soltas, nem mesmo soltei um "ah, mas peraí...!". Gostei imensamente do final; o enredo pedia algo do tipo, mas eu não sabia como esse algo aconteceria e foi bem legal ver que deu certo.


A edição de Noturno segue os padrões dos demais livros do autor. Simplista, sem erros graves, competente. A capa, tão simples quanto o miolo, representa as características gerais da história. Descrição #pracegover: sobre um fundo totalmente preto, temos um rosto andrógino em destaque, de olhos verdes e semblante sério e ameaçador. A parte superior do rosto (do nariz para cima) está em tons de cinza e mostra um longo corredor de um shopping. A parte inferior (nariz, boca e queixo) é marcada por tons de laranja e vermelho, como um incêndio. O título do livro está abaixo da imagem, escrito em fontes fortes e cor clara.

No mais, posso afirmar que é uma leitura muito agradável e que me conquistou tanto quanto as demais do autor. Janson tem um jeito intrigante de escrever que nos deixa conectados com suas histórias, curiosos para chegarmos logo ao final e chateados por termos ido rápido demais.

Amantes de leituras sobrenaturais que envolvam um pouquinho de percepção extrassensorial, você precisam ler Noturno!



Sobre o AUTOR:

Cirurgião Dentista nascido no ano de 1973 em Bauru - SP, atualmente reside na Bahia. Descobriu sua criatividade em criar histórias de ficção científica tentando preencher as lacunas deixadas pelos livros inexistentes que ele próprio gostaria de ler. Usa uma narrativa intuitiva e guiada pela situação, dando ao leitor uma livre viagem pelo mundo da imaginação e o desafiando a criar em sua mente o desenrolar da trama juntamente com o texto que está lendo.

O seu senso de humor sarcástico e incisivo confere às suas histórias um clima divertido e crítico das situações encontrados no cotidiano. Juntamente com uma história envolvente, é tudo o que os amantes da ficção científica poderiam querer.


OBRAS JÁ RESENHADAS:
 


Janson, sou uma fã desde o primeiro livro seu que li. Todos são muito bons! Parabéns!

Leitores, sejam legais e divulguem a literatura nacional!

Boa leitura! Até + ver!


Nuccia De Cicco é bióloga, Doutora em Bioquímica, escritora, poetisa, bailarina e blogueira. Carioca de paixão de Santa Teresa, é apaixonada por livros, seriados, tatuagens e lambidas caninas, além de ter uma queda saudável por cafajestes. Surda desde os 27 anos, é co-autora em treze antologias e publicou o livro “Pérolas da minha surdez”, uma obra sobre luta e força de vontade. Todas as suas facetas são mostradas no blog “As 1001 Nuccias”. Nele, a literatura impera!




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