[Na Cena do Crime] - Resenha [livro] - Sangue na Neve

Bom dia, leitores!

Bora começar a semana com crimes e investigação? Se vocês perderam as postagens anteriores, basta acessar AQUI.

Hoje, a nossa coluna Na Cena do Crime volta seus holofotes para o universo criado pela escritora norte-americana Lisa Gardner. 

Poderia debater facilmente qualquer um dos títulos escritos por ela que já foram publicados no Brasil. São todos excelentes, mas Sangue na Neve é espetacular e ganhou a concorrência. 

Vamos lá?

Sobre o livro:

Sangue na Neve

Autora: Lisa Gardner

Editora: Novo Conceito

Gênero: Thriller / policial

Ano: 2013

Páginas: 416

Sinopse:

A policial Tessa Leoni matou seu marido, Brian Darby, em legítima defesa. A arma do crime está à vista de todos e os hematomas no corpo de Tessa confirmam a ocorrência. A policial também não fez questão de fugir, ou de arrumar qualquer justificativa para explicar aquele corpo estendido no chão da cozinha, portanto, aparentemente, o que a investigadora D.D.Warren tem à sua frente é o desfecho de uma briga doméstica. Um caso simples.

No entanto, ao abrir o inquérito, D. D. terá uma surpresa: este não é o primeiro homicídio de Tessa Leoni e — afinal — onde está a filhinha de seis anos da policial? Será que a policial Leoni realmente atirou em seu marido para matá-lo? Uma mãe seria capaz de prejudicar intencionalmente sua filha?

D.D. Warren, a experiente detetive que acredita que desvendar um caso é como mergulhar na vida do criminoso, enfrentará mais uma investigação que a levará a uma busca frenética por uma criança desaparecida enquanto tenta encaixar as peças de um mistério familiar que a levará a quebrar os muros do corporativismo policial.

Foram essas palavras acima que me fizeram comprar o livro. Os como e porquês me dominaram e era uma questão de sobrevivência respondê-los! kkkkkkkkkkkkkkk

A história é narrada em primeira e terceira pessoa, intercalando os pontos de vista da policial Tessa e da detetive D. D. Warren. 

Falando na D.D., até hoje não sei o nome dela, todos a tratam por D.D. e eu fiquei desesperada para saber: será Diane Dolores? Donna Deesire? Fiz várias conjecturas que me renderam algumas gargalhadas. Talvez até haja explicação no primeiro livro da série e torço para que um dia eu descubra. 

É exatamente isso que você pensou: Sangue na Neve não é o primeiro, mas sim o quinto livro protagonizado pela detetive misteriosa.

Imagina a minha cara de frustração quando descobri isso! Provavelmente você compartilhará meu sentimento de revolta. A nobre editora achou que não haveria problemas em iniciar a publicação pelo livro 4 (Viva para contar) e achou também que poderia continuar as publicações aleatoriamente, então foram lançados, além do livro 4, o 5 (Sangue na Neve) e o 2º (Esconda-se).

Agora me digam, como manter a sanidade mental com uma coisa dessa? Apesar de as histórias serem independentes entre si, eu acredito que há um desenvolvimento dos personagens, suas vidas pessoais e profissionais no decorrer da série e os leitores acabam perdendo isso. Para aumentar o meu desespero, a autora cita pequenos trechos dos livros anteriores. Nada que não seja compreensível, mas meu TOC não permite que eu passe por isso sem xingar a nobre editora.

Eu preferiria lê-los na ordem cronológica, mas enfim, voltemos à nossa resenha.

Tessa é uma personagem complexa. A policial é casada com um companheiro de profissão e tem uma filha de 6 anos, Sophie. No início da relação, eles formavam o casal perfeito, digno do “felizes para sempre”, porém, exatamente como acontece com milhões de mulheres na vida real, a fantasia da felicidade desmoronou e o conto de fadas virou lenda urbana. Além de lidar com todos os fatores adversos em conciliar a dupla jornada, Tessa ainda sofre com a violência doméstica, exatamente igual “aquela vizinha”, “aquela amiga”, a milhares de mulheres. Então, Tessa acaba assassinando o marido em legítima defesa. 

Mas, apesar de confessar a autoria do crime para os investigadores e ser fundamentada pelos diversos hematomas que exibia em seu corpo, o ceticismo de D.D. a atormentava. Havia algo de errado, afinal Tessa já havia cometido um crime antes, em circunstâncias semelhantes. E outro fator importante: Onde está Sophie? Não há qualquer indício sobre o paradeiro da menina, e a única pessoa que sabe toda a verdade é Tessa, mas ela oculta as informações, o que só aumenta as desconfianças da D.D.

"... matar alguém não é algo pelo que se deva receber agradecimentos. É um mal necessário que custa um pedaço de si mesmo e uma conexão com a humanidade que nunca se recupera. ” — Pág. 408

A autora genialmente coloca Tessa em uma encruzilhada e nós, leitores, somos provocados durante o desenrolar da história em opinar se Tessa é uma vítima ou culpada. Mas seria ela tão fria e calculista a ponto de também machucar a pequena Sophie? Confesso que alternei centenas de vezes meu julgamento.

Como parte da história é apresentada pela ótica da Tessa, permite que o leitor desenvolva uma empatia pela personagem, o que é espetacular. Conhecemos uma mulher forte, decidida, durona e que faria qualquer coisa para defender quem ama. A Tessa é humana, como virtudes e defeitos, som atitudes e sentimentos bons e ruins, eu diria até que ela é “real”. Porém, engana-se quem acredita que por esses motivos saberá exatamente se ela é mocinha ou vilã e não fiquem surpresos se nutrirem sentimentos conflitantes de amor e ódio por ela.

- Quem você ama?

Essa frase permeia toda história, e é emocionante quando ela adquire sentido.

Sobre a parte investigativa, sou super fã da D.D. A detetive é fria, calculista, extremamente perspicaz e obstinada, beirando a teimosia. Em alguns momentos, falta até um pouco de sensibilidade, mas ela é competente, autêntica e justa. Não mede esforços para descobrir a verdade. Além do mais, por baixo da casca grossa que ela exibe, bate um coração mole. Leiam que fará sentido! kkkk

Eu não preciso dizer que meus olhos brilham quando há uma personagem feminina que reúne todas essas características rsrsrs. Dá vontade de fechar o punho e erguer o braço e gritar: "Mulheres, empoderem-se!" Ok, já passou o surto, voltando...

O equilíbrio na balança fica por conta do detetive Bobby, que é um personagem mais leve, porém tão profissional quanto a D.D., com quem já viveu um romance, mas que mantém apenas as relações nos âmbitos profissional e amigável. Eles ainda trocam figurinhas sobre seus relacionamentos atuais.

A investigação não deixa nada a desejar, fecha todas as lacunas. Os personagens secundários são importantíssimos para trama. Tudo aos poucos faz sentido. E o mais importante: nada é exatamente o que parece ser.

O livro na rede:

Sobre a autora:

Lisa Gardner é autora norte-americana de ficção. Ela escreveu vários thrillers incluindo "The Killing Hour" e "The Next Accident". Ela também escreveu livros românticos usando o pseudônimo Alicia Scott. Criada em Hillsboro, Oregon, é graduada pela Glencoe High School. Como evidenciado pelo seu trabalho de 2003, "The Killing Hour," Gardner tem sido fortemente influenciada pelo sucesso de bilheteria e livro best-seller "O Silêncio dos Inocentes". Seu romance "Gone" se passa em uma versão fictícia de Tillamook, Oregon. Desde 2007, Gardner vive em New Hampshire.

PROMOÇÕES ATIVAS:

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Eu não consegui largar o livro, fui positivamente surpreendida com o final.

Para os amantes do gênero, Sangue na Neve é quase obrigatório!

Em uma escala de zero a dez minha nota é 10000! E Super, hiper, mega recomendo! kkkk

Beijos e até a próxima ;)

Priscila Ferreira, pernambucana. Leitora compulsiva e amante do gênero policial, tem mania de ler a última página primeiro. Extremamente competitiva, decidiu cumprir um desafio e escrever um livro, seu primeiro Romance - Um Encontro Fatal. Atualmente mora em uma belíssima praia do litoral sul de Pernambuco com esposo e filha.

CONTATO >> priscillaufrpe@hotmail.com

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