O ano está chegando ao fim, mas não antes de eu terminar as resenhas de 2018. Dá um tempo aí!
Aproveitando que o lançamento do filme está se aproximando (chega na Netflix essa semana =O), vamos falar sobre o suspense, cheio de ficção científica, que é o livro Caixa de Pássaros, do autor Josh Malerman, publicado aqui no Brasil pela Editora Intrínseca.
Rola pra baixo!
Sobre o LIVRO:
Autor: Josh Malerman
Editora: Intrínseca
Gênero: ficção científica / ficção especulativa / thriler psicológico
Ano: 2015
272 p.
Sinopse:
Romance de estreia de Josh Malerman, Caixa de pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler. Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.
Antes de eu começar a falar da história em si, tenho de dar um aviso. Thrillers de suspense psicológico são bem difíceis de resenhar porque não podemos contar muita coisa ou corremos o risco de ter uma resenha-spoiler tamanho gigante.
Dito isso, tentarei não fazer o que acabei de dizer. Vejamos...
A narrativa é toda em terceira pessoa, o que condiz com esse gênero. Ela começa com Malorie sentada na cozinha, nervosa, tensa. É preciso tomar uma decisão, uma decisão que pode matar a ela e às crianças com quem vive. Eles precisam sair da casa onde vivem há quatro anos.
"Os três vivem assim. Ficam bastante tempo sem sair. E, quando saem, estão vendados. As crianças nunca viram o mundo exterior à casa. Nem pelas janelas. E Malorie não o vê há mais de quatro anos."
Vejam bem, não é apenas sair da casa. É abandoná-la em busca de um lugar em que possam sobreviver melhor. A comida acabou. As crianças nunca viram o que há além das paredes da casa. E que bom isso, pois olhar para o que há lá fora é justamente o motivo da humanidade estar com os dias contados.
A decisão é tomada e então começa a jornada. Eles precisam usar um barco a remo para descer o rio, seguindo instruções precisas que Malorie recebeu anos atrás. Eles precisam fugir. Eles precisam usar vendas sobre os olhos o tempo todo. Seus ouvidos são as melhores armas.
Aqui a narrativa se divide. Enquanto descem o rio e lutam contra os infortúnios da viagem, Malorie também precisa lutar contra as lembranças. E cada vez que uma lembrança aflora, o leitor é levado a ela, conhecendo assim o que levou ela e as crianças àquele momento.
"Malorie se pergunta se aqueles são sinais de que a sociedade está começando a acreditar que há algo de errado. E, se houver, o que é?"
Novos personagens vão surgindo de acordo com o desenrolar das lembranças. Também vemos como a histeria/apocalipse começou. O bom do livro é justamente essa tensão cheia de expectativa que vai do começo ao fim.
É uma leitura cadenciada, com ritmo, que não me chateou. Eu li em dois dias. Te consome porque você deseja saber o que está acontecendo, quem são as criaturas de quem todos precisam se manter sem ver, pois elas causam... Ah! Cuidado, quase escapou um spoiler!
Eu sou a louca do terror e da ficção científica. Apocalipse Zumbi é meu sobrenome, mas... Eu gosto justamente do momento em que eu especulo sobre a causa, sobre o vírus, sobre os aliens, e depois comparo com o que o livro diz. E... bem, o livro não é sobre isso. É sobre sobreviver. E tudo bem, porque ele é muito bom nisso.
"Vocês devem cegar os bebês no instante em que nascerem. Sentada à mesa da cozinha, no escuro, Malorie percebia com careza que aquela ideia não era um dilema moral. Era um desafio que ela não tinha certeza de que seria capaz de realizar na prática."
E sobreviver é manter os olhos bem fechados. É ter sistemas que avisem quando há algo lá fora. É manter as janelas cobertas. É ignorar o que as pessoas na rua estão falando. Bem, aquelas que conseguiram sobreviver.
Sobreviver nesse ambiente é uma luta constante. É saber que muitas pessoas, algumas queridas e conhecidas, outras não, morreram ao seu redor, bem ao seu lado. E você respira fundo e passa por cima sem nem ao menos ver, literalmente, pois seu futuro depende disso.
Não é meu primeiro contato com ficção especulativa, mas é meu primeiro livro assim. Isso incomodou um pouco, assim como filmes e seriados desse estilo me incomodam, porque meu lado cientista implora por saber o que se passou. Então, se você curte finais fechados em que o autor te explica tudinho tim-tim por tim-tim, desista. Triller psicológico e ficção especulativa é para o leitor, pasmem, especular! O autor não vai te dizer nadinha, use a sua talvez não tão usada imaginação.
Para um livro de estréia, Josh acertou com tudo. Fiquei interessada no novo livro do autor, Piano Vermelho. Espero ter grana para ler em breve. Se você curte um bom suspense, impacto psicológico e finais em aberto, esse livro é pra você.
"A chave estava na ignição e Malorie ia virá-la. Então, com o cabelo preto molhado de suor, ela hesitou. Quais eram as chances de algo ter entrado no carro? Quais eram as chances de algo estar sentado ao lado dela, no banco do carona?"
Ah! A adaptação está chegando. Dia 21/12/2018 estará disponível no Netflix, o canal de streaming que produziu o filme. Sandra Bulock é a nossa Malorie e pelo trailer parece que será uma adaptação bem feita. Ansiosos, como eu?
Sobre o AUTOR:
Josh Malerman é cantor e compositor da banda de rock High Strung. Filho do meio, Malerman gosta de escrever ao som de trilhas sonoras de filmes de terror, como Grito de horror e Creepshow – Arrepio do medo. Ele mora em Ferndale, Michigan, com a noiva. Caixa de pássaros é o seu romance de estreia.
Aproveito para lembrar que a pré-venda de Cadeados também está no fim! Só até esta quinta-feira você consegue comprar o livro com desconto, frete grátis e brindes exclusivos. Depois disso, só ano que vem, literalmente, e não garantimos frete grátis, hein!
Boa leitura, bom filme!
Até + ver!
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