Olá amores ❤
Hoje temos Entrevista com Bia Onofre, autora do romance Restos de Nós!!!
Eu sou a Ingrid, autora e nova Colaboradora, autointitulada "traça".
Bia Onofre
Biografia
Restos de Nós
Sinopse
[Traça Literária]
Entrevista
1. Quando
ocorreu seu primeiro contato com a leitura? Considera-se uma leitora voraz?
Bia
Onofre: Comecei a ler livros nas férias da
escola, quando eu tinha uns onze anos. Naquela época não tínhamos internet e os
programas de televisão eram sempre os mesmos. Para passar o tempo, peguei
livros com uma amiga. Adorei os livros de aventura que ela me emprestou e até
hoje me lembro de alguns deles: "A Montanha Encantada” - Maria José Dupré,
"O Escaravelho do Diabo" - Lúcia Machado de Almeida e "Os
Meninos da Rua Paulo”- Ferenc Molnár, por exemplo. Algum tempo depois vieram
Agatha Christie e obviamente alguns clássicos que tiveram que ser lidos para a
escola. Mas confesso que esses últimos não me seduziam. Lia mesmo por
obrigação. Hoje em dia, alterno fases em que leio bastante e outras em
que não tenho tempo ou energia para nada. Trabalho muito e tenho vários
afazeres. A vida em São Paulo é muito corrida.
2. Quando
está escrevendo, costuma ler livros do mesmo gênero, ouvir música, assistir
algum filme e/ou série para utilizá-los como influências para aprimorar sua
história?
Bia
Onofre: Antes de efetivamente começar a
escrever "Restos de Nós” pesquisei muito sobre a vida no século XIX,
especialmente em Bananal e no Rio de Janeiro. Li romances e vi algumas
exposições e filmes de época brasileiros que não havia visto até então. A
internet também ajudou muito. Durante o processo surgiram dúvidas e eu tive que
retomar alguns textos já lidos, a maioria deles históricos, mas fora isso,
fiquei num certo “isolamento" cultural.
3. Qual
seu gênero literário favorito e qual você escolheria para se desafiar a
escrever, mesmo que sequer já tenha lido, mas tenha certa curiosidade?
Bia
Onofre: Adoro tramas surpreendentes e
inteligentes em qualquer gênero. Também gosto muito de “descobrir"
escritores que foram indicados para prêmios ou se sobressaíram em concursos.
Não sou fã dos best-sellers. A maioria deles não me envolve, são previsíveis.
Eu descubro o mistério logo de cara e isso me irrita. Aconteceu com
"Código Da Vinci”, entre outros. Logo no começo, a palavra pirâmide
apareceu. Pronto. Eu já sabia que o final tinha a ver com o Louvre. Perdeu a
graça. Meu marido detesta ver filmes policiais comigo. Diz que eu descubro tudo
muito rápido e estrago a surpresa. Tem que ser bem feito e realmente
surpreendente. Além disso, sou professora de inglês há 35 anos e as péssimas
traduções com as quais me deparo me desanimam profundamente. Se for para ler um
livro inglês ou espanhol, prefiro ler o original. Se for uma língua que não
domino, procuro me informar sobre as traduções e as editoras. Sou muito
exigente em relação a isso. Não dá para ler algo mal escrito. Não estou dizendo
que só leio clássicos ou livros rebuscados, mas há que ter um mínimo de estilo
e cuidado ao escrever ou perco o encanto.
Quanto ao desafio, nunca pensei nisso
antes, mas poderia ser um livro de ficção científica. Acho o máximo alguém
falar sobre o futuro e imaginar o que está por vir de maneira coerente e envolvente
e não sei se conseguiria fazê-lo.
4. O
que te inspirou a escrever “Restos de Nós” e qual o seu maior objetivo com este
livro?
Bia
Onofre: Restos de Nós nasceu como um presente
que me dei, e dei à Cidade Maravilhosa, pelos anos que vivi por lá e onde fui
tão feliz e bem-acolhida. Eu não queria deixar essa fase de minha vida passar
em branco. Foi delicioso aprender sobre o Império, os novos bairros que
surgiam, costumes e o povo daquela época. Adorei a pesquisa e o que
nasceu dela, principalmente no que diz respeito a Maria Clara e
1855.
O meu maior objetivo com esse livro
era vencer o medo de me expor. Desde o começo, eu sabia que era um livro
polêmico e que não iria agradar a todos. Tem uma certa poesia com ele, mas
também um grande peso. Mariana não é uma personagem, vamos dizer, agradável.
Ela escancara vários dilemas da mulher moderna e isso incomoda demais as
pessoas. Eu sempre soube disso. Então, ter coragem de enfrentar as críticas,
resenhas e opinião de pessoas conhecidas e desconhecidas foi um exercício que
tive que fazer. Mas acabei me surpreendendo com o resultado e ouvi e li
comentários maravilhosos sobre meu trabalho. Fiquei muito feliz.
5. Adicionou
fatos reais? Qual a parte mais difícil ao se utilizar o paralelo entre o
passado e o presente?
Bia
Onofre: Aproveitei fatos históricos e nomes
de ruas para criar em cima deles. Por exemplo, há uma rua no Jardim Botânico
que se chama Dr. Faro. Inspirei-me no nome para criar o médico que cuida de
Maria Clara, mas na verdade, nem sei sei Dr. Faro foi realmente um médico que
viveu no Rio. A mesma coisa se passou com o Solar Grandjean de Montigny.
Inspirei-me na existência do arquiteto francês para “inventar" todo o
resto. Ou seja, é ficção. Mas tomei muito cuidado para a história ficar
coerente. Foi o que fiz, entre outras coisas, ao mencionar o surto de cólera de
1855, os bailes na corte e a vida aos arredores da cidade. Pesquisei as datas e
o que seria possível ou não para evitar erros grotescos.
A maior dificuldade em escrever os
dois diários foi a linguagem que eu tinha que usar. Em 1855, as pessoas eram
mais formais e os fatos relatados no diário de Maria Clara são mais “externos”.
Falam do dia-a-dia da personagem, contam histórias da corte. Já Mariana é uma
pessoa que vive uma crise existencial e usa o diário para falar sobre seus
sentimentos, medos, angústias. Fatos de sua vida pouco aparecem. Isso
influencia muito a linguagem que usei e tive que ser cuidadosa para os diários
parecem verossímeis.
6. Suas
personagens, Maria Clara e Mariana, têm personalidades muito bem definidas,
como foi o processo de criação delas? Possuem características predominantes
suas e/ou de outras pessoas?
Bia
Onofre: Maria Clara é deliciosa. Nasceu
linda. Cresceu e tomou conta de mim de uma forma suave e delicada e por mais
que eu soubesse que fim teria, nunca me incomodou. Pelo contrário, sinto
saudades dela. Já Mariana sempre foi uma chata comigo. Tentei várias vezes
mudar o rumo que sua história tomou, mas ela tinha uma força bruta. Me
incomodou muito. Era pesada, carente, cheia de nós na cabeça e no coração. Só
no decorrer do livro, tornou-se mais agradável. Mesmo assim, não consegui mudar
o final da história. Era como se ela não deixasse. Uma coisa muito louca.
Ambas têm características de tudo que
vi e vivi até hoje, mas não SOU elas, ESTOU nelas. Aqui ou ali, você pode
encontrar um pouco de mim ou de alguém que conheço, mas sobretudo há muita
imaginação e criação.
7. Você
é o tipo de pessoa que prefere ficar quieta mesmo que não concorde com
determinado assunto só para não criar conflitos e picuinhas, ou, é o tipo de
pessoa que prefere se pronunciar sem se importar com o que os outros vão dizer
a seu respeito?
Bia
Onofre: Depende do momento e das pessoas
envolvidas. Tenho minhas opiniões, geralmente fortes, mas aprendi que não tenho
que convencer os outros sobre elas. Também entendi que há várias maneiras de
encararmos o mundo e viver. Tudo é relativo. Talvez o segredo, muitas vezes,
esteja na forma de nos expressarmos. É preciso saber como, quando e quem está
envolvido na história. Mas é muito difícil segurar a onda quando se é impulsiva
e procuro trabalhar isso em mim, para evitar conflitos desnecessários.
8. Além
da escrita o que mais você faz? Quais seus hobbies?
Bia
Onofre: Adoro viajar, passear, ir a museus,
ver filmes ou séries de TV, sair com meus pais e, é claro, ler um livro ao lado
da minha peluda. Além disso, curto muito meus sobrinhos e amigos. Sou festeira
e um pequeno encontro pode virar uma grande festa.
9. Tem
projetos em andamento? Conte-nos sobre eles.
Bia
Onofre: Tenho alguns contos quase prontos que
gostaria de publicar. São escritas urbanas e que relatam a violência e o
momento pelo qual o Brasil está passando. Também tenho uma novela policial que
escrevi há alguns anos muito bacana, mas essa ainda tem que ser revista. Ambos
os trabalhos são bem diferentes de “Restos de Nós”.
10. Deixe
uma mensagem para os seus leitores, os leitores do blog e uma dica especial
para quem ainda está iniciando a carreira.
Bia
Onofre: Fico muito feliz por ser lida por
pessoas que não me conhecem e queria agradecê-las por isso. O mercado está
cheio de livros e escritores “famosos” e dar uma chance a uma escritora novata
e desconhecida é muito legal.
Não sei se posso dar uma dica para
quem está iniciando a carreira. Cada um tem uma história e seu próprio tempo. A
única coisa que tenho certeza que posso afirmar é que temos que ser
persistentes e acreditar no nosso trabalho. Só assim conseguiremos chegar a
algum lugar. Ninguém vai caminhar por nós. São nossos pés e nosso esforço que
nos levará aonde quer que seja.
Ingrid M. S. Nascida em 03 de outubro de 1993, é formada em Design de Moda, mora com o marido em uma cidade pequena e muito pacata no interior de Santa Catarina. Ama escrever desde criança, mas somente em 2014, resolveu publicar algo através do Wattpad.
É sonhadora, criativa, detalhista e muito teimosa, uma viciada em livros e chocolate, simplesmente apaixonada por dias frios e chuvosos. Gosta muito de
desenhar, assistir comédias românticas e seriados.
CONTATO: FACEBOOK - GRUPO NO FACEBOOK - SKOOB - WATTPAD - AMAZON
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olá, tudo bem?
ResponderExcluirQue legal conhecer a autora e a obra dela!
Adorei a capa do livro!
Muito bacana saber como foi a construção dos personagens e também quais foram as inspirações.
ÚLTIMAS HORAS PARA PARTICIPAR DA PROMOÇÃO DOIS ANOS DO BLOG BIO-LIVROS
Oi, adorei conhecer a autora e um pouco sobre sua obra. Gostei da capa e da premissa do livro, achei bem instigante, e fiquei curiosa, e já quero ler seu livro. Gostei de saber das inspirações para a construção de seus personagens e suas historias.
ResponderExcluirbjus
Ingrid, as pessoas estão adorando a entrevista e o blog. Deixaram comentários nas minha página ou no what's up. Obrigada. Ficou lindooooo!
ResponderExcluirOoi!
ResponderExcluirNão conhecia a autora, amei conhecer dela e de seu trabalho. A entrevista está ótima! Gostei bastante de saber das suas inspirações e sobre a criação das personagens.
Beijoos
http://estantemineira.blogspot.com.br/
Nossa como gosto dessas entrevistas com autores(as), é uma oportunidade magnífica de conhecer nossos escritores nacionais e suas obras. Não conhecia o romance que pela sinopse chamou muito a minha atenção.
ResponderExcluirA entrevista também me proporcionou conhecer um pouco dessa autora que parece muito interessante e engajada. Achei super legal essa coisa de ela procurar conhecer os autores(as) indicados a prêmios, sem dúvida uma maneira interessante de conhecer novos autores.
Bjo
Tânia Bueno
Oi Nu, que maravilha conhecer um pouco mais da Bia! Ela é uma pessoa muito de bem com a vida, fiquei curiosa para ler seu livro policial. Amo!!!
ResponderExcluirBia revisa isso mulher, queremos ler!
Beijos e muito sucesso sempre.