segunda-feira, 31 de outubro de 2016

[Especial Outubro Sangrento] Resenha [livro] - Exorcismo, de Thomas B. Allen

Olá, leitores sombrios!

Primeiramente, Feliz Dia das Bruxas/os, Feliz Samhain (Roda Norte) e Feliz Beltane (Roda Sul)! E atentem para o fato de que não estou parabenizando pelo Halloween, ok? 

Sou mega, hiper, ultra a favor da cultura nacional, mas dia 31/outubro é Dia das Bruxas, sim, e eu como adepta do paganismo comemoro os grandes Sabbats.


Mas deixando isso de lado... O Especial Outubro Sangrento está chegando ao fim, mas nada de pessimismo! Ainda temos postagens impactantes e fazemos questão de lembrar que em 2017 teremos mais!

Esta é a última resenha da nossa Maratona Literária de Halloween... Montei uma TBR no início do mês e, mesmo com essa vida loka, consegui não-flopar (tudo bem que uma resenha vai atrasar...)! Mi-la-gre!

Mas vamos à resenha! A leitura da vez é um livro de não-ficção, com toques sobrenaturais e, por conta do tema, terror. Lançado este ano pela lacradora DarkSide Books, Exorcismo Ã© fruto de um intenso trabalho de pesquisa e reportagem do autor Thomas B. Allen. Vamos conferir!

Exorcismo
Autor: Thomas B. Allen
Editora: DarkSideBooks
Gênero: não-ficção
Ano: 2016
272 p.

*Livro do acervo pessoal do/a blogueiro/a*

Sinopse:
A história real que inspirou o clássico O Exorcista.
"Livrai-nos de todo o mal, amém."
Um fenômeno quase paranormal atingiu o mundo em 1973. Multidões sofreram de náuseas, desmaios, alucinações e calafrios, numa histeria coletiva sem precedentes. Todos aparentemente possuídos por um filme: o já clássico O Exorcista, dirigido por William Friedkin e adaptado do romance que o roteirista Willian Peter Blatty lançara dois anos antes e que completa 45 anos em 2016. Se a ficção consegue ser tão assustadora, imagine o poder contido na história real? Muitos não sabem, mas a obra-prima de W. Peter Blatty não se trata de uma invenção. Ela foi inspirada num fenômeno ainda mais sombrio, desses que a ciência não consegue explicar: um exorcismo de verdade. A história real aconteceu em 1949, e você pode conhecê-la - se tiver coragem! - no livro Exorcismo, do jornalista Thomas B. Allen, lançamento da DarkSide Books em 2016. Exorcismo narra em detalhes os fatos que aconteceram com Robert Mannheim, um jovem norte-americano de 14 anos que gostava de brincar com sua tábua ouija, presente que ganhou de uma tia que achava ser possível se comunicar com os mortos. Thomas B. Allen contou com uma santa contribuição para a pesquisa do seu trabalho. Ele teve acesso ao diário de um padre jesuíta que auxiliou o exorcista Bowdern. Como resultado, seu livro é considerado o mais completo relato de um exorcismo pela Igreja Católica desde a Idade Média. Os investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren definiram a obra de Thomas B. Allen como "um documento fascinante e imparcial sobre a luta diária entre o bem e o mal". Exorcismo é um livro exclusivo da DarkSide Books, que vem em capa dura e o padrão de qualidade quase psicopata da editora. Ele ainda vem com uma surpresa para os leitores mais audaciosos: uma reprodução da tábua Ouija que pode ser jogada usando o marcador de página.



Desde a entrada do século XX que rituais de exorcismo só são aprovados após intensa averiguação da Igreja Católica e muitas vezes são condenados por eles. A modernidade trouxe maior gama de diagnósticos, pesquisa e sintomas descritos de várias doenças psicológicas, psiquiátricas e psicossomáticas. E quando um garoto passa pelo crivo do especialistas da área como saudável, mas suas noites são as mais terríveis?


Em Exorcismo, Allen nos apresenta a história do menino Robbie Mannheim (todos as pessoas tiveram seus nomes substituídos para preservar sua identidade). Por volta de seus 13-14 anos coisas inexplicáveis começaram a acontecer em sua casa, pouco depois do falecimento da sua Tia Harriet, médium espiritualista que ensinou o sobrinho a usar a Tábua Ouija como forma de comunicação com o outro mundo.

E que coisas inexplicáveis eram essas? Sons de arranhão no teto, nas paredes, embaixo da cama; sons de passos como marchas militares; batidas fortes; objetos voando e caindo. Tais fatos aconteceram primeiramente no quarto da avó de Robbie e depois passaram ao quarto do garoto. Mas foram ficando cada vez mais fortes e se concentraram no adolescente.

"Agora, embaixo deles, dentro do colchão sobre o qual estavam deitados, ouviram o que pareciam ser arranhões de uma garra. Ela não os tocou, mas puderam sentir as ondulações através do colchão. (...) tentaram fingir que não ouviam os arranhões. Foi naquele momento que o colchão começou a tremer, a princípio com suavidade e depois com violência."

Sem saber o que fazer, a família entra em contato com seu pastor luterano (a família era uma mescla de várias religiões, mas basicamente luterana). A religião luterana não crê em possessão, nem tem rituais de exorcismo. Ciclos de orações, retirada do menino da casa, testes para ver se não era jogos infantis, nada deu certo. Os arranhões deixaram de acontecer no colchão e nas paredes para surgirem na pele de Robbie. Sem saber como lidar com o caso, o pastor diz à família para procurarem um padre católico.


Começa, então, a saga pelos testes, investigação e autorização para exorcismo, que só efetivamente começou na segunda tentativa. Robbie foi analisado por psiquiatras e outros médicos, todos o consideraram bem sadio

Quando o ritual inicia, Robbie se altera, praticamente uma nova personalidade surge. O menino sente muita dor, os arranhões não param, as contorções aumentam. Não foi apenas um padre, mas sim um arcebispo jesuíta a realizar o ritual. Não foi simples, nem fácil. Várias provações e vários meses.

Apesar de ter o caso todo ter sido registrado na forma de diário, para ser arquivado nas Arquidioceses em que aconteceram (sim, o menino passa por 2 cidades nesse ínterim), ainda há quem estude muito bem o caso e contradiga a possessão. Cabe a nós, leitores, refletirmos se cada letra reproduzida ali foi um caso de histeria em massa ou se foi real.

"Eles ainda tentavam dormir quando sentiram uma força entrar no quarto. O banquinho da penteadeira tombou. Robbie sentiu algo se agitar embaixo do travesseiro, depois percebeu que o crucifixo contendo as relíquias estava se movendo devagar ao longo do seu corpo até o pé da cama."

Uma coisa que poucos prestam atenção ao comprar o livro: este é um livro de não-ficção, um livro-reportagem, escrito como se fosse um documentário. Então, não espere que a personalidade de cada pessoa envolvida na narrativa seja destrinchada, que dará para você saber do íntimo de cada personagem, porque não vai acontecer.


Ele é narrado todo em terceira pessoa, pelo próprio autor, com descrições minuciosas baseadas nas suas fontes e referências. O que o autor fez foi pegar o diário do exorcista, bem como relatos e entrevistas e torná-los uma narrativa fluida, detalhada e imparcial.

Na minha opinião , o livro é um senhor achado. O autor é repórter, logo soube deixar claro a sua imparcialidade. Além disso, ele mesmo escreve em um posfácio que todo o caso foi lido e analisado detalhadamente por um repórter agnóstico (crê um uma força criadora, mas não em Deus como os cristãos), criado e que mantém o respeito por jesuítas. 

Interessante que, apesar do garoto ter sido batizado na religião luterana, os padres disseram que o batizado luterano não teve efeito, já que foi possuído. Só depois de se converter, aceitar Deus e Jesus no coração (a religião luterana não aceita?? Que doideira!) que começou a haver alguma melhora no quadro do garoto. 

"Os pais discutiam sobre Saint Louis quando algo aconteceu que os convenceu a ir. Certa noite, enquanto o menino se preparava para ir pra cama, ele olhou para o espelho do banheiro e gritou. Sua mãe correu até lá. A blusa do pijama de Robbie estava aberta. Ele tremia. Em seu peito magro havia arranhões que soletravam em sangue uma única palavra: Loius."

A narrativa do ponto do exorcismo em si até o final ficou um pouco cansativa, devido à reprodução das orações em latim e traduzidas. Mas super compreensível, levando em consideração que é um documentário, logo precisa ser fiel ao que apresenta.


Sobre a parte física, só tenho uma coisa a dizer: Pelas vestes de Brígida, que edição é essa?! Folhas amareladas grossas, fontes em tamanho razoável, margens justificadas, diálogos em aspas, diagramação impecável. Marcador de fita embutido, e duas réplicas perfeitas da Tábua Ouija (parte interna da capa e contracapa), além do marcador em forma de plancheta/planchette (o negocinho deslizante). Há um breve prefácio apresentando autor e obra, mas não está assinado. Ao final do livro, além da reprodução do diário na íntegra (com exceção de nomes e endereços), há 3 grandes listas: bibliografia, fontes e notas de cada capítulo, ou seja, foi tudo muito bem amarradinho.

Descrição da capa #pracegover: a capa é dura, tendo efeito aveludado em sua maioria, com exceção da grande cruz branco sujo que está em primeiro plano e ocupa toda a extensão da capa. Essa cruz tem efeito áspero e logo atrás dela há um grande círculo negro delimitado por uma linha branca fraca. O restante da capa é totalmente preto de fundo com inúmeros arranhões em branco. O título está em preto na parte central da cruz. A capa combina com o conteúdo de forma absurda.

Bem, eu ainda estou aqui tentando entender porque demônios só possuem birra com a Igreja Católica. Na verdade, como boa cientista, estou tentando aceitar a veracidade do caso. 

Cabe a nós que lemos refletirmos sobre tal veracidade e decidirmos por nós mesmos a crença no mal na forma do diabo ou não. Como o próprio exorcista diz ao final dos seus relatos, todos podem duvidar, mas eles estavam lá, só eles sabem realmente contra o que lutaram.



O livro na REDE:


 


>> AMERICANAS <<

>> SUBMARINO <<



Sobre o AUTOR:

THOMAS B. ALLEN é jornalista desde os anos 1950. Na década seguinte, foi contratado e pela divisão editorial da National Geographic, onde contribui como freelancer até hoje. Tem mais de quarenta livros publicados sobre os mais diversos temas, como política internacional, história dos Estados Unidos, guerras, espionagem, romances, vida selvagem e fauna marinha, incluindo alguns títulos sobre tubarões. Exorcismo é seu primeiro lançamento pela DarkSide Books.


Esse livro faz parte do Desafio Literário 60 Livros em 1 ano, organizado pelo Blog Livros & Tal, como minha leitura #40de60.


Mais um livro com edição impecável da DarkSide, além de um enredo primoroso em pesquisa, imparcial e minucioso.

Parabenizo o autor pela pesquisa feita, demonstra empenho para preparação do livro. Parabenizo também o fato de ter conseguido narrar totalmente despido de escolhas.

Quero saber a opinião de vocês: exorcismos, possessão, casos reais ou casos clínicos?

Boa leitura!

Até + ver!






*ESPECIAL OUTUBRO SANGRENTO*

9 comentários:

  1. Nuuu
    Estou adorando ver suas resenhas dos livros de terror, muitos eu ja li e quando vejo você falando positivamente deles fico feliz demais, sinto que alguem me entende no mundo.
    Claro que adorei a resenha
    Beijuh

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  2. Oiee Nuccia ^^
    O único livro da DarkSide que eu vi pessoalmente (que eu toquei e etc.) foi "A menina submersa", e me impressionei com o capricho na diagramação. Não consigo imaginar quão incrível está esse livro, só pelas fotos dá para ver que é maravilhoso! Mas eu não o leria...haha' não só porque não gosto de terror, mas porque, mesmo não acreditando nesse tipo de coisa, ainda assim fico com medo de sair da cama à noite *-*
    MilkMilks ♥

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  3. Olá amore,
    Simplesmente fantásticos seus posts “sangrentos” parabéns!!!
    Deu pra conhecer bastante coisa! Mesmo eu não curtindo muito o gênero.

    Beijokas
    Faces de Uma Capa

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  4. Olá,
    Achei essa resenha bem interessante, repleta de detalhes e informações necessárias para qualquer leitor se interessar pelo livro, algo que me chamou atenção, foi o fato do livro ser um livro de Não-ficção, sempre achei que fosse apenas uma obra fictícia, mas agora fiquei até com medo de ler rsrsr

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  5. Olá! Eu ganhei esse livro de presente do meu namorado, mas antes que eu pudesse abrir a primeira página, minha irmã se apossou dele e não largou mais kk

    Ela terminou de ler o livro essa semana e assim como você, disse que é um documentário, portanto não devemos esperar um romance que destrincha a personalidade dos personagens como em O Exorcista do William P Blatty.
    Estou super curiosa para lê-lo, ia ler em outubro, mas como disse: minha irmã se apossou do livro rs

    Abs e parabéns pela resenha ^^

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  6. Oi Nu!! Eu assisti ao filme e te confesso que não fiquei com medo. Mas o livro é o livro e faz toda a diferença. Minha mãe leu uma das primeiras edições e ela disse que o livro é bem temeroso e ela ficou com medo. A diagramação da DarkSide é linda como sempre. Beijos!

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  7. Amo os filmes do O exorcista e esse livro então <3
    Conhece a serie? eu estou assistindo é esta muito boa.
    Adorei sua resenha, Beijos!

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  8. Acreditaria se eu dissesse que tenho medo de ler esse livro? Pois é eu tenho medo, muito medo kkkk não vi nenhum dos filmes de O Exorcista até o final por isso kkk
    Mas a resenha ficou incrível! Eu adorei!
    Um beijo pra você corajosa <3

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  9. Olá,

    Esse coisa de "Essa história aconteceu" deixa qualquer um com medo né?! Tenho muita vontade de ler esse livro, parabéns pela resenha!

    Beijos,
    Gaby

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